Entre os dias 14 e 19 de novembro ocorreu o XXIII Simpósio Peruano de Energia Solar. Trabalho com pesquisa na área desde 2005 e a cada ano participo de ao menos um congresso. Neste ano, o destino seria o Perú. Nesta viagem, três alunos sob minha orientação e mais três alunos sob a orientação de meu grande amigo Giuliano A. R. (também conhecido como Gemma) também foram ao congresso. A minha equipe, por questões de economia, resolveu fazer uma viagem um pouco mais longa. Saímos de Porto Alegre para Guarulhos e de lá para Foz do Iguaçú. Fica aqui uma dica, se você tem que esperar um tempo em uma cidade, então tente deixar um tempo de espera suficientemente longo, para que seja possível sair do aeroporto e conhecer um pouco do lugar onde esta fazendo escala.
Perfeito, fomos dar uma volta no Parque Nacional do Iguaçú. Informações sobre o preço da entrada e transporte podem ser encontradas aqui http://www.cataratasdoiguacu.com.br/parque-nacional-do-iguacu/sobre-o-parque. Chegando no parque, um calor muito forte mas nada que impedisse nossa diversão e muitas fotografias.
Uma coisa muito legal do parque é que é possível visualizar alguns animais muito interessantes como lagartos e diversos pássaros.
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| Espécie de lagarto nos observando com cuidado |
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| Tucano flagrado logo na entrada do parque |
Júlio, um dos meus alunos, comentou que nunca havia visto um quati...adivinha só? Vimos muitos, inclusive dois lutando e uma árvore. Infelizmente as fotos dessa luta não ficaram muito boas, então decidi colocar essa que está legal.
| Quatis buscando por comida |
E é claro que não podiam faltar algumas fotos das cataratas.
| Cataratas do Iguaçú 1 |
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| Cataratas do Iguaçú 2 |
Após mais ou menos umas três horas caminhando pelo parque, votamos ao aeroporto para tomar nosso voo até Lima. Chegamos a noite, e na manhã seguinte saímos para caminhar um pouco. Como estávamos hospedados em Miraflores, as primeiras impressões de Lima foram ótimas.
| Plaza Santa Teresa del Niño Jesús, Miraflores - Perú |
A ideia era caminhar um pouco pela costa, mas adivinha o que acabou acontecendo?? Sim, caminhamos o dia todo sob um Sol escaldante e nos queimamos todos. Como disse um amigo meu uma vez: - Queimei tudo, só não queimei a rosca!
Bem, valeu a pena por tirarmos algumas fotos legais de Lima...
Acabamos caminhando até a estátua de Cristo del Pacífico.
| Cristo del Pacífico - Lima, Perú. |
...acho que foram umas três horas de caminhada. Valeu pela vista do lugar...
Mas foi bom também para ter uma ideia da pobreza que Lima tem quando se sai de Miraflores. É meu amigo, quando se vai para a Europa, no retorno dá àquele sentimento de viver em um país inferior, mas quando se volta do Perú o sentimento é "nascendo na América Latina, teria muito lugar pior..."
| No Perú as favelas são chamadas de "asentamientos humanos". |
Para voltar acabamos tomando um taxi. Na verdade um carro velho e batido, coisa bem comum no Perú. Ainda deu tempo de dar uma caminhada em Miraflores e ver o Por-do-Sol.
| Matias e Felipe aproveitando o fim de tarde em Miraflores. |
| Para mais fotos minhas, acesse flickr.com/photos/ajbuhler/ |
Naquela noite chegaram do Brasil Gemma (Giuliano) e seus três alunos. Como eles chegaram muito tarde, deixamos para comprar as passagens para Huancayo na manhã seguinte. Só tinha um porém, a gente precisava comprar rápido, pois a ideia era tomar o ônibus das 13:30 e as passagens deste horário estavam quase esgotadas. Entramos na página da empresa Cruz del Sur e tentamos comprar as passagens umas três vezes. Foi estranho que quando o sistema caiu pela primeira vez, e a página foi recarregada surgiram lugares no ônibus que antes não estavam disponíveis. Não prestamos muita atenção nisso...e esse seria o nosso erro!!
Compramos as oito passagens, tomamos café calmamente, demos mais uma volta em Miraflores e tomamos dois taxis até a estação rodoviária de Lima. Já na hora de despachar as malas, eu entrego um ticket com a compra das passagens e...o cara tenta uma, duas, três vezes e nada! Ele olha no sistema pelo meu nome e me diz: - Chico, este autobus es para mañana!
Caraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaca! Havíamos comprado as passagens para o dia seguinte!
Agora o problema era o seguinte, só haveria passagens para a noite, mas a gente só poderia trocar de passagem até 24h antes do embarque. Bem, não era possível trocar as passagens. Tentando mantér a calma, Gemma e eu fomos até a "oficina del Cruz del Sur" para ver o que poderia ser feito. Depois de muita choradeira a mulher que nos atendia disse que a única alternativa que tínhamos para não perder o dinheiro (eu sou pão-duro!) seria pedir o estorno do dinheiro via cartão de crédito e comprar outra passagem. Porém, isso só poderia ser feito até 24h antes do embarque, e eram 13:24 quando ela nos disse isso!!! Ok, em cima da hora, mas conseguimos o estorno, que na verdade só seria creditado no cartão umas três semanas depois.
Foi aí que eu tive uma ideia...porque não tentar um transporte "alternativo" para Hunacayo ao invés de esperar com àquelas malas enormes até às 22:30, que é quando havia o próximo ônibus disponível para Huancayo? O Gemma achou que valia à pena tentar, e então fomos falar com os taxistas. Logo apareceu um que tinha um primo que fazia esse transporte e tinha um amigo que ia junto (precisávamos de dois carros).
Bom, fomos levados até um lugar bem, digamos, "exótico" de Lima. Chegando lá fomos apresentados para os nossos motoristas. Eram dois amigos, um deles natural de Huancayo. Depois fomos descobrir que eles se chamavam de Jony (motorista de um Corola, que levou a equipe do Gemma) e o Zorro (nosso motorista, que tinha um Cerato). A foto que segue foi tirada com o Zorro à uns 100 km/h!
| Zorro fazendo selfie enquanto dirigia seu Cerato turbinado |
A primeira coisa que vale a pena contar dos motoristas é que eles pareciam ser bem legais e humildes. Na verdade essa é a impressão que eu tenho do povo do Perú, principalmente de fora de Lima. Essa foi a minha terceira vez no Perú.
A segunda coisa que vale a pena contar dos motoristas é que a gente parecia estar em um jogo do Need for Speed! Os caras fizeram o trajeto Lima- Huancayo, que o ônibus faria em 8 horas em 5 horas. Eles tinham um código com as luzes do carro para que o carro da frente pudesse comunicar ao de trás se ele podia seguir ultrapassando sem visão. Quando vinha um carro na pista contrária, o carro da frente sinalizada com a luz à direita.
Seguimos com ultrapassagens loucas e todos "listos para cambiar los pantalones al llegar al hotel".
Paramos para dar uma olhada no trecho ferroviário mais alto do mundo. Foi legal, só que estava um frio muito forte...notem na foto o Hércules (camiseta preta com desenho de esqueleto). O cara não estava respirando para aguentar mais o frio!
| Trecho ferroviário mais alto do mundo, Distrito de Chicla - Perú. |
Após vários momentos de muita adrenalina nas estradas do Perú, finalmente chegamos ao hotel de Huancayo. No dia seguinte iriamos ao congresso, mas não só isso...compraríamos os tickets para uma super aventura na montanha de Huaytapallana que por muito pouco nos custou a vida...mas esta é a próxima história.


